Começo por apresentar alguns dados recentes da Internet em Portugal:
- Em Portugal existem 5,7 milhões de utilizadores de Internet, sendo que 70% destes acedem diariamente à Internet;
- Os utilizadores de Internet passam uma média de 14,1 horas online por semana contra as actuais 13,7 horas que passam a ver televisão semanalmente;
- 39% dos espetadores de televisão portugueses navega na Internet ao mesmo tempo;
- Diariamente em Portugal a audiência do YouTube é superior à do programa mais visto na televisão;
- 4,5 milhões de portugueses utilizam as redes sociais.
(fontes: Google; Marktest, Mediamonitor)
O Facebook é um fenómeno de popularidade inacreditável. A razão é uma e responde a uma necessidade muito básica do ser humano: socializar. Mandar bitaites, mostrar o que sabe deste ou daquele tema, imaginar que é o centro do mundo, saber que o que escreve pode ser imediatamente lido pelos amigos e receber feedback instantâneo. Simplesmente genial!
Considero o Facebook uma importante ferramenta de "amplificação" de tudo o que de bom ou mau acontece na Internet (e se não está na Internet é porque não aconteceu). No entanto o Facebook não me parece ser a ferramenta ideal para a produção de conteúdos. Diria que é o púlpito no centro da praça onde todos podemos ir, dizer e fazer o que nos apetece, sendo que o público pode ouvir ou fazer de conta, pode dizer ámen e cruzar os dedos ao mesmo tempo.
Já o blog é um meio de comunicação diferente. Sendo individual e tendo um endereço próprio exige ao leitor/seguidor um pequeno esforço para ler/ver/ouvir o que aquele autor tem para dizer. O autor sente-se em casa, tem todo o tempo de antena que desejar, pode escrever muito ou pouco, pode organizar o espaço como entender e manter um longo arquivo de conteúdos organizados por temas. Quem o lê fá-lo intencionalmente e pode depois falar aos outros acerca daquilo que leu. Penso que o blog (ou site pessoal) continuará a ser o espaço digital de expressão individual por excelência.
E a comunicação social? Mas porque razão meti eu a comunicação social ao barulho? Porque o futuro (tal como o passado mais longínquo o foi) é de liberdade e não vai mais ser controlado por uma opinião "pública" construída com base em meios de comunicação social de massas. Os nossos antepassados ouviam quem lhes interessava e falavam para quem os queria ouvir. Durante as décadas mais recentes a sociedade viveu "presa" à opinião publicada tida como verdade. No futuro (isto já é verdade) ouvimos quem quisermos e o que quisermos, falamos para quem nos quiser ouvir, formamos tribos de pessoas que partilham opiniões, que seguem as mesmas tendências e que respeitam as tribos vizinhas. Os influenciadores deixaram de ser aqueles que têm tempo de antena na rádio, televisão ou jornal, os influenciadores são aqueles que cada um quer seguir.
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