às cegas andamos, procurando caras, corações, mãos que, por força de vontades desconhecidas, desenham mapas iguais de navegações tocadas por ventos tempestuosos que nos levam a sair deste Porto.
navegações para fora deste Porto em que retemos o olhar cego, com medo do levante, dos novos ventos soprados de cabos nunca dobrados.
navegantes solitários nos tornámos, com o coração apertado, com a saudade da partilha de visões, de imagens, de estórias e histórias.
barcos sós num oceano de temperamentos imprevistos, onde navegamos procurando pedras no céu. procurando e voltando a encontrar aquela outra pedra rubra, aquela a que um dia, depois de muitas brincadeiras de criança, decidimos viajar para sempre.
e nesta paragem em que cegos permanecemos, o comboio não chega.
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