21.6.10

uma ideia para o país

É óbvio!
Vamos lá ver então o que é assim tão óbvio.
Em Portugal há uma geração de pessoas de grande valor, que assumiu grandes responsabilidades e conquistou grandes triunfos democráticos. São baby boomers que estarão com idades entre os quase 60 e os 75 anos.
Esta geração teve uma infância difícil, com sacrifícios e essencialmente falta de liberdades. Apesar de todas as dificuldades alguns tiveram a oportunidade, coragem, capacidade para conquistar o acesso àquilo que era um recurso muito reservado: formação. Não de carácter, formação académica.
Como já disse, muito fizeram, e por tudo o que fizeram recebem uma pensão de reforma da segurança social. Aliás, justiça lhes seja feita, foram eles os grandes responsáveis pelo enchimento dos cofres da segurança social nas décadas de 70, 80, 90.
Até aqui tudo parece funcionar de forma perfeita.
O problema parece-me surgir quando vejo tantos, mas tantos mesmo, cargos directivos de empresas, instituições ou organizações públicas ou privadas geridas ou dependentes de dinheiros públicos, ocupados por membros desta geração de baby boomers.
Ainda na universidade escrevi um trabalho acerca da construção do futuro. Defendo que para construir o futuro devemos contar com um conhecimento profundo do passado, da história.
Assim, todo o conhecimento e experiência desta geração de baby boomers são cruciais para que o nosso país se desenvolva, cresça e progrida de forma a gerar uma sociedade mais justa e equilibrada.
Mas, pergunto eu: toda esta geração não tem um compromisso social de transmitir esse conhecimento, essa experiência de forma voluntária?
Porque razão existem tantos e tantos directores com vencimentos bastante acima da média, que acumulam com pensões de reforma?
Serei estúpido, idiota ou naïve por achar que estes cargos deveriam ser ocupados por uma geração mais jovem (com 30, 40 ou 50 anos)?
Parece-me que em todas estas instituições ou organizações deveriam ser constituídos conselhos de sábios ou anciãos (não estou de todo a ser cínico) para a transmissão de toda essa experiência e conhecimento, para o conselho avisado às decisões dos mais novos.
Na sociedade humana as coisas funcionaram sempre assim. Porque não agora?
Estes conselheiros, que já recebem pensões de reforma, não têm de receber um vencimento pelo seu trabalho.
Devem devolver o conhecimento e experiência adquirida às gerações mais novas, de forma altruísta e por forma a deixarem à sociedade aquilo que de mais valor conseguiram: o conhecimento.

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